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Aumente a potência do seu soco com a biomecânica

Segundo definição do dicionário Caldas Aulete, soco é um golpe ou pancada forte desferida com a mão fechada. Qualquer criança consegue compreender que a mão é a principal parte da anatomia envolvida num soco. Porém, não é a única. Na biomecânica do movimento mais comum dos esportes de combate, o soco nasce nos pés.

O lutador, seja o de MMA, Boxe ou de outra arte que aplique socos, normalmente posiciona-se numa base onde seus joelhos ficam levemente flexionados. Os pés afastam-se com o intuito de criar uma base de equilíbrio – o peso do corpo fica sobre o membro inferior dianteiro (perna esquerda, se o lutador for destro; perna direita, caso trate-se de um canhoto). Os braços ficam flexionados, com o membro dianteiro (para os braços, segue o mesmo critério de posicionamento das pernas) mais à frente do rosto. Os cotovelos ficam próximos ao tronco e os punhos, estendidos.

Esta posição é chamada de guarda nos esportes de luta que contemplam socos (não confunda com a guarda do jiu-jítsu, algo totalmente diferente). A partir desta guarda sai a explosão muscular que dispara um soco, seja ele de qual tipo for: jab, direto, cruzado, gancho ou uppercut. Ou seja, um soco sai da guarda do lutador.

Para manter o equilíbrio, os pés nunca devem perder o contato total com o solo – o deslocamento é feito deslizando-os. Como o peso do corpo fica concentrado sobre a perna dianteira (quando o lutador está em base de ataque), é o pé traseiro que inicia o movimento do soco, quando o lutador imprime um impulso visando levar seu corpo à frente. Por este motivo, é tão importante o trabalho de fortalecimento muscular nas pernas mesmo no boxe, que não permite chutes. Os músculos extensores do quadril (glúteo máximo e posterior da coxa) e do joelho (quadríceps femoral), além dos flexores da articulação do tornozelo (tríceps sural) são responsáveis pelo equilíbrio durante a aplicação de um soco.

O impulso iniciado no pé traseiro é transferido para a linha de cintura do lutador. Ao desferir um soco, o atleta precisa girar rapidamente o quadril a fim de aumentar o impulso que veio dos membros inferiores. Este movimento é acompanhado por tronco (que, por causa da concentração de peso sobre a perna dianteira, estará levemente inclinado para frente) e ombros, utilizando assim as musculaturas abdominais, das costas e dos deltoides, transferindo toda a potência gerada ao braço que aplicará o golpe, gerando a aceleração do punho. A força do soco resultará desta potência muscular gerada e a extensão do braço (lutadores com maior envergadura conseguem aplicar maior força em seus socos). Para manter o equilíbrio e aumentar a potência do golpe, todo este impulso deve ser seguido de um curto passo em direção ao alvo.

Por causa desta mecânica, existem diversos fatores que aumentam a potência de um soco além do tradicional exercício com pesos para os músculos dos braços. Não adianta ter bíceps avantajados se o lutador não souber dividir o peso do corpo adequadamente sobre as pernas, não aplicar impulso com a perna traseira, não rotacionar cintura, tronco e ombros. Mais importante do que ser forte (musculatura anabolizada) é ter a técnica correta e ser rápido. Como dizem os mestres, “primeiro aprenda a socar certo; depois, a socar rápido; finalmente soque forte”.

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